31 de October de 2025
Antes de 2020, tivemos épocas do ano em que podíamos considerar atípicas ou sazonais como, por exemplo, o aumento do volume nos meses antecedentes ao Natal e diminuição no início do ano seguinte. No passado, era esperado essa volatilidade, mas atualmente não há parâmetros de comparação, as variações ocorrem sem qualquer previsão esperada.
Em 2020, todo dia era uma novidade: adaptação ao formato home office, aumento desenfreado dos fretes, o disparo do dólar, navios com omissões, cancelamento de bookings, lockdown nas cidades de origem e nos portos.
Clientes ficaram inseguros, pois os reflexos desse cenário trouxeram a substituição de palavras já conhecidas. Onde tínhamos “segue confirmação de Booking”, percebemos a adoção de “segue previsão de Booking”. Essa pode ser uma mudança simples no vocabulário, mas que faz toda a diferença no dia a dia do comércio exterior e reforça ainda mais a instabilidade do momento.
Já em 2021, esperava-se que as coisas pudessem começar a se assentar, visto que a adaptação ao home office já estava resolvida, os cancelamentos de bookings estavam presentes no cotidiano, então, não eram mais uma má notícia, mentalmente tudo se encaminhava ao “novo normal”.
E foi isso que aconteceu? Infelizmente, não. Quando se esperava que a pandemia daria uma trégua, surge uma nova variante do vírus da COVID-19 com disseminação mais veloz e, como se não bastasse, catástrofes da natureza aconteceram, como tufões, tempestades, enchentes, furacões, temporadas de chuvas, impactando diretamente a cadeia logística mundial.
Podemos citar alguns exemplos de visão global que foi diretamente impactada, considerando as origens atendidas pela Poly:
– Nos Estados Unidos, houve falta de caminhoneiros e caminhões, rede de trens não funcionando em sua total capacidade, de forma que as cargas não chegavam até o porto para embarque.
– Na Alemanha, temporadas de chuvas ocasionaram atrasos das saídas e transferências de bookings.
– Em Gênova, houve falta de equipamento e espaços somados a omissões dos navios.
– Na China, os desastres climáticos e novos casos de COVID-19 fecharam, literalmente, alguns portos. Portos esses que já estavam em uma situação complicada devido a omissões, falta de equipamentos e espaço nos navios, ou seja, as novas más notícias somente agravaram a situação que, até hoje, não normalizou e não tem previsão de estabilizar.
Contudo, quais reflexos podemos observar? Muitas empresas voltaram a trabalhar presencialmente, visto que com o avanço da vacinação o risco de contaminação diminui significativamente. Algumas empresas optaram por seguir o modelo híbrido, e outras, ainda, ficaram totalmente em home office. Não há um modelo padrão a ser seguido. Empresas, clientes e fornecedores precisam estar disponíveis no momento que são solicitados e tem funcionado dessa forma.
Os valores de frete continuam aumentando e, ao serem repassados aos importadores, impactam no produto final, ou seja, o mercado como um todo está volátil e isso tem influenciado na economia internacional e, principalmente, no Brasil que, mesmo tendo um superávit em 2020 na sua balança comercial por conta das exportações, na importação teve queda de 3,9% em agropecuária, de 41,2% na indústria extrativa e de 7,7% em produtos da indústria de transformação.
Estamos nos encaminhando para os meses finais do ano, período em que o comércio internacional é mais movimentado, tendo em vista que as empresas param no último mês para férias coletivas e os produtos precisam estar nas fábricas antes do Natal. Para isso, tudo precisa embarcar antes do feriado chinês (em outubro) e a lista de demanda só aumenta, considerando as variáveis.
E a parte que cabe a nós é: viver um dia de cada vez. É comum entre os agentes de carga dizer: “Hoje eu tenho 50 drafts para enviar ao cliente e amanhã pode ser que eu tenha que enviar um comunicado dizendo que a carga não irá embarcar, pois o porto pode estar fechado por algum motivo não previsto”.
A palavra “previsão” está cada dia mais em destaque e talvez até caindo em descrédito, já que a previsão não se cumpriu mais uma vez.
E aí, qual será a previsão para 2022?
A única coisa que podemos afirmar hoje é que o futuro é incerto. Mas o nosso compromisso em fazer sempre o melhor para que os embarques possam ocorrer segue firme, mantendo forte o vínculo e comprometimento com o armador, estando engajados com os parceiros de origem e fazendo tudo que estiver dentro do nosso alcance para dirimir os impactos e que sua carga embarque e chegue conforme planejado.
Conte com o time Poly !
Por Anne Karoline Krammel – Coordenadora Operacional Divisão LCL
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