Você pode até imaginar que, quando se fala em importação marítima, os protagonistas sejam máquinas industriais, eletrodomésticos ou eletrônicos de última geração. Mas a verdade é que os contêineres que chegam aos portos brasileiros têm trazido algumas surpresas bem inusitadas. Entre 2023 e 2024, produtos como lapiseiras, brinquedos baratinhos e guarda-chuvas dispararam em volume de importação, mostrando que o oceano também anda cheio de curiosidades. 

As lapiseiras, por exemplo, tiveram um crescimento de mais de 220% nas importações. Sim, aquele item que você provavelmente perdeu dentro da mochila na sexta série está agora entre os campeões de entrada via modal marítimo. Já os brinquedos de até 50 dólares, que cabem numa mão e muitas vezes também no bolso, cresceram 195%. E os guarda-chuvas registraram um salto de 172% no mesmo período. Se isso não te faz olhar para um contêiner com mais curiosidade, talvez o próximo dado o faça: lustres e luminárias também embarcaram nessa onda, com um aumento de 111% nas importações.  

E não para por aí. Mochilas, escovas de cabelo, bolsas, camisas femininas, meias-calças, todos esses itens tiveram alta significativa. Esse movimento revela uma faceta interessante da logística internacional: o inesperado também ganha protagonismo. Produtos de uso cotidiano, que antes mal figuravam nas estatísticas de comércio exterior, agora movimentam volumes inteiros no transporte marítimo, muitas vezes consolidados em cargas LCL (aquelas compartilhadas por diferentes importadores). São itens pequenos no tamanho, mas grandes na representatividade para quem os importa, vende ou distribui por aqui. 

A conclusão? O mundo da importação está longe de ser previsível. E a próxima vez que você observar um navio chegando no porto, saiba que ele pode estar trazendo desde equipamentos de alta tecnologia até uma boa quantidade de lapiseiras. E ambos têm seu valor nessa grande e dinâmica cadeia logística.