
30 de May de 2025
E se sua carga estivesse lá?
Casos reais mostram porque o seguro de cargas é essencial
Provavelmente, você já deve ter visto nas mídias alguma cobertura de acidentes graves com navios de cargas. A mais recente aconteceu neste mês de junho com um navio de carros elétricos que ficou em chamas. Você já parou para pensar se fosse a sua carga que estivesse lá? E se ela estivesse dentro do MOL Comfort, quando ele se partiu ao meio em pleno Oceano Índico? E se os seus produtos perecíveis estivessem entre os milhares de contêineres retidos por dias dentro do Ever Given, preso no Canal de Suez? E se a sua empresa fosse uma das afetadas pelo incêndio no X-Press Pearl, com mercadorias reduzidas a cinzas antes mesmo de atracar?
Essas não são perguntas hipotéticas, elas são cenários que já aconteceram e que continuam acontecendo. O transporte marítimo, mesmo com toda a sua sofisticação, ainda está sujeito a forças da natureza, falhas humanas e acidentes de grandes proporções. E quando isso acontece, o que separa a tragédia da recuperação é uma decisão tomada antes de o navio partir: contratar ou não um seguro de cargas.
Casos reais de acidentes com navios de cargas
Morning Midas (2025)
No início deste mês (junho de 2025), o navio Morning Midas que transportava cerca de 3 mil carros, incluindo carros elétricos, e tinha chegada prevista em Lázaro Cárdenas (México), teve sua viagem interrompida por conta de um incêndio. Os tripulantes foram todos salvos, porém, as últimas informações apuradas duas semanas após o ocorrido, o navio ainda estava à deriva, pois as autoridades estavam permitindo que as chamas cessassem por conta própria, devido ao risco de explosão das baterias de íons de lítio nos carros. Até o momento, não se tem informações sobre as causas do incêndio e os impactos causados.
MV Ever Given (2021)
Um dos casos noticiado no mundo inteiro foi o encalhe do navio Ever Given, que bloqueou o Canal de Suez por seis dias. A embarcação, com mais de 20 mil contêineres a bordo, causou um engarrafamento marítimo global, afetando cadeias de suprimentos de dezenas de países. Estima-se que as perdas globais chegaram a US$ 10 bilhões por dia de bloqueio. Além dos prejuízos logísticos, os donos de cargas enfrentaram despesas adicionais, atrasos e até perdas de contratos. Aqueles que possuíam seguro de cargas puderam mitigar parte do impacto financeiro.
MV MOL Comfort (2013)
Outro exemplo dramático foi o rompimento do navio MOL Comfort, que literalmente se partiu ao meio no Oceano Índico, enquanto transportava cerca de 4.300 contêineres do Oriente Médio ao Japão. A embarcação afundou completamente após um incêndio e a perda foi total. A investigação apontou falhas estruturais, mas o impacto foi direto para os donos das cargas, com perdas estimadas em centenas de milhões de dólares. A presença de seguros foi o único alívio para muitas empresas afetadas.
X-Press Pearl (2021)
Um incêndio iniciado por um vazamento químico destruiu o navio X-Press Pearl antes mesmo de concluir sua rota. Entre os itens a bordo: cosméticos, pellets plásticos e produtos industriais. A embarcação virou um esqueleto fumegante antes de afundar. Tudo que estava dentro foi perdido. Quem não havia assegurado sua carga teve que lidar com o prejuízo por conta própria.
Por que esperar o pior, se é possível se proteger antes?
A maioria das empresas que sofrem perdas em acidentes marítimos imaginam que nunca vão passar por isso. A verdade é que o seguro de cargas não é um luxo, é uma ferramenta de continuidade. Ele permite que, mesmo em caso de desastre, a empresa continue operando, honrando seus compromissos e protegendo sua reputação.
Sem seguro, o prejuízo não é apenas financeiro: é estratégico, reputacional e, muitas vezes, terminal. Em um ambiente imprevisível como o mar, o seguro de cargas funciona como uma âncora de segurança. Ele cobre não apenas perdas totais, mas também avarias, extravios, furtos e atrasos com impacto financeiro.
Os casos como o Ever Given, MOL Comfort e X-Press Pearl mostram que, por mais robusto que seja o planejamento logístico, o imprevisto pode acontecer e quando ele acontece, a diferença entre o prejuízo total e a recuperação está, muitas vezes, em uma apólice de seguro. Por isso, se existir alguma dúvida sobre cobrir as suas cargas com seguro ou não, lembre-se: E se fosse a sua carga?
Essa pergunta nunca deve ser respondida com arrependimento.